Tendências Industriais de 2025: O que Esperar no Setor
Em 2025, a indústria de manufatura deve enfrentar desafios como tarifas elevadas e a necessidade de onshoring, enquanto busca oportunidades através do recrutamento de talentos e da integração da inteligência artificial. Para se manter competitivas, as empresas precisam diversificar seus fornecedores, investir em parcerias educacionais e adotar tecnologias de IA para otimizar suas operações.
A indústria de manufatura estará em destaque nas tendências industriais em 2025, com mudanças significativas. As tarifas elevadas, o onshoring, a retenção de talentos e a integração da inteligência artificial são tendências que moldarão o setor. Essas mudanças são impulsionadas por políticas governamentais e avanços tecnológicos, exigindo que as empresas se adaptem rapidamente para manter a competitividade.
Impacto das Tarifas na Cadeia de Suprimentos
As tarifas impostas pelo governo dos EUA estão exercendo pressão sobre a cadeia de suprimentos da manufatura. A implementação de tarifas de 25% em importações do Canadá e México, além de 10% em produtos da China, pode elevar os custos de bens acabados nos EUA. Isso torna mais caro para as indústrias importarem componentes essenciais e matérias-primas, especialmente da China.
Especialistas, como Cortney Morgan, destacam que as empresas americanas dependem fortemente de insumos externos. As tarifas podem ser uma estratégia temporária, mas as tarifas sobre a China provavelmente persistirão. Em resposta, muitos fabricantes estão sendo aconselhados a diversificar seus fornecedores, reduzindo a dependência da China.
Além disso, é crucial revisar contratos com fornecedores para compartilhar ou evitar os custos das tarifas. Morgan sugere que uma solução ideal seria evitar ser o importador, transferindo essa responsabilidade para o fornecedor estrangeiro, que pagaria as tarifas. Outra abordagem é criar acordos de fornecimento de longo prazo, onde o aumento das tarifas seja compartilhado entre as partes envolvidas.
Onshoring e seus Efeitos a Longo Prazo
O movimento de onshoring, ou a realocação da produção para dentro do país, está ganhando força na indústria de manufatura. Embora as tarifas elevadas possam incentivar a abertura de mais fábricas nos EUA, especialistas como Tom Kurfess apontam que fatores culturais e tecnológicos são os principais impulsionadores dessa tendência.
A fragilidade das cadeias de suprimento e preocupações com a segurança nacional estão motivando empresas a trazer a produção de volta, especialmente para produtos de alta tecnologia, como semicondutores. O governo Biden tem reforçado essa tendência, implementando controles de exportação para proteger a segurança nacional dos EUA.
No entanto, a transição para o onshoring não é imediata. Mesmo com o aumento nos gastos com construção de fábricas, levará tempo para que esses projetos se tornem operacionais. Durante esse período, as empresas devem focar em diversificar suas fontes de suprimento e aumentar a produtividade e eficiência.
Steve Shepley, da Deloitte, destaca que a produção doméstica terá um custo mais alto, exigindo um foco renovado na produtividade. Além disso, o aumento de fábricas locais trará à tona o desafio persistente da escassez de mão de obra qualificada, um problema que as empresas precisarão abordar para maximizar os benefícios do onshoring.
Desafios no Recrutamento e Retenção de Talentos
O recrutamento e a retenção de talentos continuam sendo desafios significativos para a indústria de manufatura. Mais de 55% dos entrevistados na pesquisa da National Association of Manufacturers apontaram essa questão como uma das principais dificuldades empresariais. Embora haja uma leve melhora em relação aos anos anteriores, a necessidade de estratégias eficazes de recrutamento e retenção permanece crítica.
Steve Shepley, da Deloitte, sugere que as empresas devem adotar planos proativos de longo prazo, ao invés de estratégias reativas. Isso envolve entender as necessidades específicas de mão de obra e planejar com antecedência os níveis de habilidade e especialização necessários ao longo de vários anos.
Para enfrentar esses desafios, Shepley recomenda parcerias com escolas técnicas e faculdades comunitárias para capacitar trabalhadores em habilidades que não exigem um diploma universitário. Isso pode ajudar a preencher lacunas de habilidades de forma mais acessível e eficiente.
Além disso, muitas empresas estão explorando estruturas de trabalho flexíveis, como semanas de trabalho de quatro dias e compartilhamento de empregos. Ingrid Tighe, do Michigan Manufacturing Technology Center, cita exemplos de empresas que empregam aposentados em meio período e coordenam reparos de veículos para garantir que os funcionários possam chegar ao trabalho, destacando abordagens criativas para atrair e reter talentos.
Integração da Inteligência Artificial na Produção
A integração da inteligência artificial (IA) na produção está transformando o setor de manufatura. As empresas estão adotando IA para aumentar a velocidade de produção, reduzir custos e preencher lacunas de mão de obra. Randy Carr, CEO da World Emblem, destaca que a empresa está investindo 25% de seu orçamento tecnológico em IA generativa, visando um retorno sobre o investimento em 12 meses.
A IA está sendo utilizada para melhorar as interações com clientes e acelerar o processo de design, automatizando a conversão de desenhos manuais em imagens vetoriais. O objetivo é que a IA leve a um aumento de 15% na produção. No entanto, a integração tecnológica enfrenta resistência dos funcionários, exigindo tempo para superar reservas e demonstrar os benefícios da tecnologia.
Manutenção Preditiva e Análise de Dados
Além disso, a IA está sendo aplicada para realizar manutenção preditiva em equipamentos e agregar e analisar dados operacionais. As empresas estão avaliando quanto de seus orçamentos devem dedicar a novas tecnologias, priorizando investimentos que atendam rapidamente às necessidades dos clientes e, em seguida, focando em melhorias operacionais que ajudem a prever a demanda ao longo do tempo.
Shepley incentiva as empresas a se concentrarem em como, através de rápidas implementações, extrair valor das transformações tecnológicas, conectando melhor suas diferentes iniciativas para maximizar os benefícios da IA na produção.
Adaptação das Empresas às Novas Tendências
A adaptação das empresas às novas tendências de manufatura é crucial para manter a competitividade no mercado. Com o cenário em constante mudança, impulsionado por políticas tarifárias, onshoring, desafios de mão de obra e avanços tecnológicos, as empresas precisam ser ágeis e inovadoras.
Para enfrentar as tarifas, é essencial diversificar as fontes de suprimento e renegociar contratos para compartilhar custos. No caso do onshoring, as empresas devem se preparar para os custos mais altos da produção doméstica, focando na eficiência e produtividade.
Na questão do recrutamento e retenção de talentos, as empresas devem investir em parcerias educacionais para desenvolver as habilidades necessárias e explorar modelos de trabalho flexíveis para atrair e reter funcionários.
Com a integração da inteligência artificial, as empresas devem avaliar cuidadosamente seus investimentos em tecnologia, priorizando aqueles que atendem rapidamente às demandas dos clientes e otimizam operações.
Em última análise, a capacidade de adaptação das empresas a essas tendências determinará seu sucesso no futuro. Aquelas que conseguirem alinhar suas estratégias com as mudanças do mercado estarão melhor posicionadas para prosperar no cenário industrial de 2025 e além.