Trabalho Autônomo Exige Mais Horas de Serviço, Revela IBGE
O trabalho autônomo no Brasil exige, em média, 45,3 horas semanais, superando a jornada da maioria dos trabalhadores formais. Apesar dessa carga horária elevada, a remuneração mensal desses profissionais tende a ser inferior à dos empregados com carteira assinada, refletindo a instabilidade financeira e a falta de benefícios característicos da modalidade.
O trabalho autônomo no Brasil demanda 45,3 horas semanais, superando a média nacional de 39,1 horas, conforme dados do IBGE divulgados recentemente. A pesquisa destaca as diferenças na carga horária entre trabalhadores autônomos, empregados e empregadores, além de apontar o impacto dessas horas no rendimento mensal.
Diferenças de Carga Horária entre Categorias
O levantamento do IBGE revela que há uma diferença significativa na carga horária semanal entre as categorias de trabalhadores no Brasil.
Enquanto os trabalhadores por conta própria dedicam em média 45,3 horas por semana às suas atividades, os empregados trabalham cerca de 39,6 horas semanais. Os empregadores, por sua vez, têm uma média de 37,5 horas.
Esses dados indicam que os trabalhadores autônomos enfrentam uma carga horária mais pesada, muitas vezes para compensar a instabilidade de rendimentos e a falta de benefícios que os empregados formais costumam ter, como férias remuneradas e décimo terceiro salário.
Além disso, a diferença nas horas trabalhadas reflete a necessidade de maior esforço dos autônomos para atingir seus objetivos financeiros, já que eles não contam com a segurança de um salário fixo e precisam gerenciar seu próprio tempo e recursos para garantir a sustentabilidade de seus negócios.
Impacto no Rendimento dos Trabalhadores Autônomos
Apesar de dedicarem mais horas ao trabalho, os trabalhadores por conta própria no Brasil enfrentam um desafio significativo em relação ao rendimento mensal.
Segundo a pesquisa do IBGE, o rendimento médio dos autônomos foi de R$ 2.682 no último trimestre de 2024, inferior ao dos empregados, que receberam em média R$ 3.105, e bem abaixo dos empregadores, cujo rendimento médio alcançou R$ 8.240.
Essa disparidade pode ser atribuída à natureza incerta da renda dos autônomos, que depende diretamente de suas atividades e do mercado. Ao contrário dos empregados, que têm salários fixos e benefícios, os autônomos precisam lidar com a variabilidade de seus ganhos, o que pode impactar seu planejamento financeiro e a segurança econômica.
Além disso, a falta de regulamentação e de direitos trabalhistas específicos para os autônomos contribui para essa diferença de rendimento. Sem acesso a benefícios como seguro-desemprego ou aposentadoria, muitos autônomos precisam trabalhar mais para cobrir suas despesas e garantir uma poupança para o futuro.