Cases e Análises

CBA Transforma Resíduos de Mineração em Produtos Sustentáveis

A CBA transforma resíduos de mineração em produtos lucrativos, enfrentando desafios logísticos e energéticos, com iniciativas como o Tecnosolo e investimentos em sustentabilidade que visam reduzir o impacto ambiental e aumentar a receita.

A CBA, uma das maiores mineradoras da América Latina, está inovando ao transformar resíduos de mineração em produtos lucrativos e sustentáveis. Desde 2018, a empresa investe em soluções para reutilizar resíduos, gerando receita e reduzindo o impacto ambiental. Em 2023, a CBA investiu R$ 14 milhões no processo, resultando em uma alta de 27% na receita de novos materiais.

Inovação na Transformação de Resíduos

A CBA, Companhia Brasileira de Alumínio, destaca-se por sua abordagem inovadora na gestão de resíduos de mineração.

Desde 2018, a empresa realiza um minucioso levantamento dos resíduos gerados em suas operações, identificando aqueles com potencial de reaproveitamento.

Com isso, 38% dos resíduos foram identificados como economicamente viáveis, enquanto 33,5% já são reutilizados em outros processos internos.

Para transformar esses resíduos em novos produtos, a CBA formou uma equipe multidisciplinar, integrando profissionais das áreas de Meio Ambiente, Suprimentos, Engenharia e Tecnologia.

Essa equipe colabora com empresas parceiras para transformar materiais recicláveis em alternativas comerciais, como o cimento produzido a partir de resíduos e vendido pela Votorantim, proprietária da CBA.

Inovações e Sustentabilidade

Entre as inovações desenvolvidas, destaca-se o Tecnosolo, um substrato mineral enriquecido em nutrientes, criado em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Esse produto utiliza rejeitos de mineração, como a argila, que anteriormente era usada para retenção de água em barragens.

Além disso, a CBA desenvolveu tecnologias que eliminam a necessidade de barragens na mineração de bauxita, devolvendo ao solo condições iguais ou melhores do que as originais.

Essas iniciativas não apenas reduzem o impacto ambiental das operações da CBA, mas também geram receita significativa.

Em 2023, a companhia investiu R$ 14 milhões no processo de transformação de resíduos, obtendo uma receita de R$ 18 milhões com os novos materiais reutilizados, representando um aumento de 27% em relação ao ano anterior.

Desafios e Sustentabilidade Energética

A transformação de resíduos em novos produtos pela CBA enfrenta desafios significativos, especialmente no que diz respeito à logística e à sustentabilidade energética.

A distribuição dos produtos reutilizados, como o cimento, por todo o país é um dos principais gargalos. A empresa busca viabilizar essa logística de forma econômica, conectando-se com parceiros da indústria para superar essas barreiras.

Outro desafio crítico é a sustentabilidade energética. A indústria de alumínio é conhecida por seu alto consumo de energia, e a CBA está comprometida em reduzir suas emissões de carbono.

Atualmente, a empresa consome 3,2 toneladas de CO2 por tonelada de alumínio líquido produzido. A meta é reduzir esse consumo em 40% até 2030, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Para alcançar essas metas, a CBA está investindo em tecnologias que aumentem a eficiência energética e promovam o uso de fontes renováveis.

A empresa reconhece que a inovação contínua e a colaboração com stakeholders são essenciais para superar os desafios e garantir uma operação mais sustentável no longo prazo.

Fonte: Época Negócios

Ricardo Fernandes Silva

Colunista no segmento Cases e Análises | Ricardo Fernandes Silva é economista, administrador de empresas e especialista em comunicação empresarial, com foco na análise estratégica de mercados, inovação e competitividade industrial.

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