Demanda por Crédito no Brasil Cai 7% em 2024
A demanda por crédito no Brasil caiu 7% em 2024 devido às altas taxas de juros, com o varejo e o setor financeiro reduzindo a busca por financiamento, enquanto o setor de serviços apresentou um crescimento de 30%, evidenciando os desafios econômicos enfrentados.
A demanda por crédito no Brasil registrou uma queda de 7% em 2024, conforme revela o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). No entanto, o mês de dezembro apresentou um crescimento de 6% em relação a novembro, destacando uma recuperação temporária no final do ano. Este cenário reflete as condições econômicas desafiadoras e o impacto das taxas de juros elevadas.
Queda Anual na Demanda por Crédito
Em 2024, a demanda por crédito no Brasil sofreu uma retração de 7%, conforme aponta o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). Essa queda é significativa, especialmente após um recuo ainda maior de 13% em 2023.
Diversos fatores contribuíram para essa redução, incluindo a diminuição da busca por financiamento no varejo e no setor financeiro, que experimentaram quedas de 3% a 20%, respectivamente. Em contraste, o setor de serviços foi o único que registrou crescimento, com um aumento de 30% em 2024.
A explicação para a queda na demanda por crédito está ligada às condições econômicas adversas, como o aumento das taxas de juros, que tornaram o crédito mais caro e menos acessível para consumidores e empresas.
O varejo, um dos principais pilares do INDC, sofreu impacto direto, já que engloba categorias essenciais para os brasileiros, como supermercados e vestuário. Apesar disso, a expectativa é de que a recuperação do varejo em 2025 possa reverter essa tendência negativa, impulsionada pelo bom desempenho do setor de serviços.
Impacto das Taxas de Juros na Economia
O aumento das taxas de juros no Brasil tem exercido um impacto significativo na economia, refletindo diretamente na demanda por crédito e no consumo.
Desde fevereiro de 2022, quando a taxa Selic ultrapassou os dois dígitos, o custo do crédito se tornou um desafio maior para consumidores e empresas. Em janeiro de 2025, a taxa básica de juros atingiu 13,25% ao ano, após sucessivas elevações decididas pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Esse cenário de juros elevados tem como objetivo controlar a inflação, mas também resulta em um ambiente de crédito mais restrito. Com o custo do dinheiro mais alto, tanto empresas quanto consumidores tendem a adiar investimentos e compras financiadas, o que contribui para a retração econômica.
Além disso, o aumento das taxas de juros afeta diretamente o poder de compra da população, reduzindo o consumo e, consequentemente, a atividade econômica.
Especialistas apontam que, enquanto as taxas de juros permanecerem elevadas, a recuperação da demanda por crédito e do consumo será lenta. A expectativa é que, com uma eventual redução das taxas, haja uma retomada gradual da atividade econômica, permitindo que o crédito volte a desempenhar um papel central no crescimento econômico do país.