Lucro da Petrobras despenca 70% em 2024
O lucro da Petrobras registrou uma queda de 70,6% em 2024, impactado pela desvalorização do real e por um acordo tributário que afetou momentaneamente as finanças da empresa, mas contribuiu para mitigar riscos futuros.
A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 36,6 bilhões em 2024, uma queda de 70,6% em relação ao ano anterior. A desvalorização do real frente ao dólar e eventos contábeis específicos foram os principais responsáveis por essa redução significativa nos lucros da petroleira. Esses fatores geraram um descompasso contábil momentâneo, impactando negativamente o resultado anual.
Impacto da Variação Cambial nos Resultados
A variação cambial foi um dos principais fatores que impactaram os resultados financeiros da Petrobras em 2024. A desvalorização do real em relação ao dólar teve efeitos significativos nas contas da empresa, especialmente devido às dívidas em moeda estrangeira.
De acordo com Fernando Melgarejo, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, a variação cambial em dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior foi um dos itens de maior peso, relatou o G1.
Essa flutuação cambial entrou no resultado líquido da holding no Brasil, causando um impacto negativo no lucro de 2024.
Embora esses efeitos sejam em sua maioria contábeis, eles resultaram em um descompasso momentâneo nas finanças da companhia.
Ao mesmo tempo, houve um impacto positivo no patrimônio líquido da empresa, equilibrando parcialmente os efeitos negativos no resultado.
Essas oscilações cambiais são comuns em empresas com operações internacionais, mas podem distorcer a percepção dos resultados financeiros em curto prazo.
A Petrobras destacou que, sem esses efeitos, o lucro líquido teria sido significativamente maior, demonstrando a volatilidade que a variação cambial pode trazer às demonstrações financeiras.
Acordo Tributário e Seus Efeitos no Lucro
Em 2024, a Petrobras aderiu a um acordo tributário significativo que impactou diretamente seus resultados financeiros.
O Conselho de Administração da estatal aprovou a adesão a um acordo com o governo brasileiro para encerrar uma disputa tributária que envolvia a cobrança de tributos como Cide e PIS/Cofins, que, segundo a União, não foram pagos corretamente entre 2008 e 2013.
A disputa, que totalizava R$ 44 bilhões, foi resolvida com um desconto de 65%, reduzindo o valor a ser pago para R$ 19 bilhões. Essa transação foi vista como positiva pela empresa, pois mitiga riscos futuros e reduz desembolsos de caixa.
O impacto desse acordo no lucro do segundo trimestre foi de R$ 11 bilhões, refletindo a necessidade de provisionamento para cobrir os custos do acordo.
Esse movimento estratégico demonstra a intenção da Petrobras de resolver pendências antigas e melhorar sua posição financeira, algo crucial para manter a confiança dos investidores e assegurar a continuidade de suas operações no mercado.