Empresas brasileiras optam pelo pagamento em boleto por sua segurança e padronização, mas enfrentam desafios fiscais e tecnológicos que demandam automação e eficiência para reduzir riscos e manter a competitividade no mercado.
A preferência pelo pagamento em boleto ainda predomina no mundo corporativo brasileiro, com 65% das empresas optando por esse método. Apesar da popularidade do Pix entre pessoas físicas, o boleto oferece mais segurança e padronização.
Razões que Mantêm o Boleto Bancário no Topo
No cenário corporativo brasileiro, o boleto bancário mantém sua relevância como método de pagamento preferido devido a diversos fatores que garantem segurança e padronização.
Um dos principais motivos é a emissão de comprovantes padronizados, que facilitam a rastreabilidade das transações, essencial para empresas que realizam um grande volume de pagamentos mensalmente.
Além disso, o boleto permite múltiplas aprovações durante o processo de pagamento. Isso significa que cada transação passa por verificações adicionais, reduzindo significativamente o risco de fraudes e erros.
Essa característica é especialmente importante para empresas que precisam de tempo adicional para conciliar seus pagamentos, dado o alto volume de transações que realizam.
Outro fator que contribui para a preferência pelo boleto é a compatibilidade com os sistemas de gestão empresarial (ERPs), que muitas vezes não possuem integração completa com o Pix.
Essa falta de integração pode gerar dificuldades na gestão financeira e contábil das empresas, tornando o boleto uma opção mais viável para muitas delas.
Portanto, enquanto o Pix continua a ganhar popularidade entre consumidores individuais, o boleto bancário permanece como a escolha principal para empresas que buscam segurança e eficiência em suas operações financeiras.
Desafios Fiscais e Tecnológicos das Empresas
As empresas brasileiras enfrentam inúmeros desafios fiscais e tecnológicos que afetam diretamente suas operações e estratégias de crescimento. Um dos principais obstáculos é a complexidade das legislações fiscais, que varia significativamente entre os estados, especialmente na região Nordeste, onde 53% das empresas relataram ter recebido multas fiscais.
Essa situação é agravada pela falta de acesso a tecnologias de automação, que poderia ajudar a mitigar erros e garantir conformidade fiscal. Muitas empresas ainda operam com processos manuais que são suscetíveis a falhas, aumentando o risco de multas e penalidades.
Além disso, a maturidade tecnológica das empresas brasileiras varia, o que significa que enquanto algumas já utilizam soluções avançadas para integrar suas áreas administrativas, fiscais e financeiras, outras ainda enfrentam dificuldades básicas. Essa disparidade cria um ambiente desafiador, onde a necessidade de atualização e investimento em tecnologia é constante.
Especialistas, como a diretora Adriana Karpovicz da Qive, destacam que a automação de processos, a capacitação de equipes e a construção de processos mais eficientes são essenciais para superar esses desafios. A tecnologia deve ser vista como uma aliada estratégica para pavimentar o crescimento sustentável e a competitividade das empresas no mercado.