Em 2024, o PIB do Brasil cresceu 3,4%, impulsionado por investimentos e consumo familiar, mas o quarto trimestre mostrou sinais de desaceleração. Para 2025, o país enfrenta desafios como a alta da Selic e a moderação em setores-chave da economia.
O PIB do Brasil registrou um crescimento de 3,4% em 2024, destacando-se como a maior alta desde 2021. Esse avanço foi impulsionado principalmente por investimentos robustos e pelo aumento do consumo das famílias. No entanto, o ritmo desacelerado no quarto trimestre levanta preocupações sobre os desafios econômicos que o país pode enfrentar em 2025.
Crescimento Econômico em 2024
O ano de 2024 foi marcado por um crescimento econômico significativo no Brasil, com o PIB registrando um aumento de 3,4%. Esse resultado foi um dos mais expressivos desde 2021, quando o país ainda se recuperava dos efeitos da pandemia de Covid-19.
O crescimento foi impulsionado por uma série de fatores, incluindo o fortalecimento dos investimentos e o aumento do consumo das famílias.
Em valores correntes, o PIB brasileiro totalizou R$ 11,7 trilhões, refletindo um cenário econômico mais robusto. O PIB per capita também apresentou uma melhoria considerável, alcançando R$ 55.247,45, o que representa um avanço de 3% em relação ao ano anterior.
No entanto, apesar desses números positivos, o último trimestre de 2024 indicou uma desaceleração no ritmo de crescimento, com um aumento modesto de apenas 0,2%.
O desempenho econômico foi amplamente sustentado por políticas governamentais favoráveis, como programas de transferência de renda e melhorias no mercado de trabalho.
Além disso, a redução das taxas de juros ao longo do ano incentivou o crédito e o consumo, contribuindo para o crescimento econômico.
No entanto, a inflação, especialmente no setor de alimentos, ainda representou um desafio, impactando o poder de compra das famílias e influenciando o consumo no final do ano.
Investimentos e Consumo como Motores
Em 2024, os investimentos e o consumo das famílias foram os principais motores do crescimento econômico no Brasil.
Os investimentos registraram um aumento expressivo de 7,3%, a maior alta desde 2021, impulsionados pela recuperação da construção civil e pela aquisição de máquinas e equipamentos.
Esse crescimento foi fundamental para sustentar o PIB, especialmente no último trimestre do ano, quando o investimento subiu 0,4%.
O consumo das famílias também desempenhou um papel crucial, crescendo 4,8%, a maior alta em 13 anos. Este aumento foi favorecido por fatores como a continuidade dos programas de transferência de renda do governo, a melhoria do mercado de trabalho e a redução das taxas de juros ao longo do ano.
Esses elementos criaram um ambiente propício para o aumento do consumo, refletindo diretamente no crescimento econômico.
No entanto, o quarto trimestre apresentou uma queda de 1% no consumo das famílias, impactado pela aceleração da inflação, principalmente nos preços dos alimentos.
Esta desaceleração no consumo foi um fator que contribuiu para a moderação do crescimento econômico no final do ano.
Apesar disso, os avanços nos investimentos e no consumo ao longo de 2024 foram fundamentais para o desempenho positivo do PIB brasileiro.
Desafios para 2025
O ano de 2025 apresenta uma série de desafios econômicos para o Brasil, à medida que o país busca manter o ritmo de crescimento alcançado em 2024.
Um dos principais obstáculos é o aperto da política monetária, com a taxa Selic elevada a 13,25% ao ano, após estar em 11,75% no início de 2024. Essa alta nos juros pode impactar negativamente o crédito e o consumo, reduzindo o ritmo de crescimento econômico.
Além disso, a desaceleração já observada em setores como a indústria de transformação, mineração e construção civil indica que o crescimento econômico pode ser mais modesto.
O setor de serviços, que representa cerca de 70% do PIB brasileiro, também mostrou sinais de moderação no final de 2024, o que pode continuar em 2025.
A agropecuária, que sofreu com condições climáticas adversas em 2024, espera uma recuperação com uma safra melhor em 2025.
Contudo, o impacto do clima sobre a produção agrícola é uma variável que pode influenciar tanto a inflação quanto o desempenho econômico geral.
Portanto, o Brasil precisará navegar cuidadosamente por esses desafios para garantir um crescimento econômico sustentável no próximo ano.
