A partir de 1º de fevereiro, o Brasil verá um aumento no preço dos combustíveis devido à elevação do ICMS e à pressão do mercado internacional, que é afetada pela alta do dólar e do barril de petróleo.
A partir de 1º de fevereiro, o preço da gasolina e do diesel sofrerá um aumento devido à alteração no ICMS. Essa mudança ocorre em meio à pressão sobre a política de preços da Petrobras e à defasagem em relação ao mercado internacional.
Impacto do ICMS no Preço dos Combustíveis
A partir de 1º de fevereiro, os consumidores brasileiros sentirão no bolso o impacto do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis. Essa mudança foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) em novembro do ano passado e se aplica a todos os estados do Brasil.
No caso da gasolina, o ICMS subirá R$ 0,10 por litro, passando de R$ 1,3721 para aproximadamente R$ 1,47, o que representa um aumento de 7,14%. Para o diesel e o biodiesel, o aumento será de R$ 0,0565 por litro, elevando o valor de R$ 1,0635 para R$ 1,12, um incremento de 5,31%.
O Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) argumenta que esses ajustes são necessários para manter um sistema fiscal equilibrado e transparente, que se adapte às variações de preços do mercado e promova justiça tributária.
Essas alterações no ICMS são vistas como um esforço dos estados para ajustar suas finanças em meio a pressões econômicas, mas também podem gerar descontentamento entre motoristas e empresas que dependem do transporte rodoviário, devido ao aumento dos custos operacionais.
Influência do Mercado Internacional e Dólar
A influência do mercado internacional e a flutuação do dólar têm desempenhado um papel crucial no aumento dos preços dos combustíveis no Brasil. Nos últimos meses, houve uma alta significativa na cotação do barril de petróleo no mercado externo, o que contribuiu para a pressão sobre os preços internos.
Além disso, a valorização do dólar frente ao real desde o final do ano passado tem impactado diretamente os custos de importação de combustíveis. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) destacou que a defasagem nos preços internos, em relação ao mercado internacional, é considerável, afetando principalmente o óleo diesel e a gasolina.
Especialistas do setor, como Murilo Barco da Valêncio Consultoria, apontam que essa defasagem pode levar a dificuldades na importação de combustíveis, especialmente o diesel, que é crucial para o transporte de mercadorias no país. As distribuidoras regionais, com menor capacidade financeira, tendem a reduzir suas importações, o que pode afetar o abastecimento.
Historicamente, a Petrobras tem ajustado seus preços para mitigar essas defasagens e evitar desabastecimento, mas tal medida pode resultar em aumentos adicionais para os consumidores. A estatal busca equilibrar seus preços com o mercado internacional, considerando também condições de produção e logística locais.