Geração Z transforma mercado de trabalho e coloca RH em alerta
A Geração Z está transformando o mercado de trabalho ao exigir mudanças nas práticas de RH, com foco em diversidade, bem-estar e transparência. A alta rotatividade e o baixo engajamento indicam insatisfação com ambientes tóxicos, tornando essencial que as estratégias priorizem o crescimento e a utilização de tecnologia para melhorar a retenção de talentos.
A Geração Z está revolucionando o mercado de trabalho ao exigir mudanças rápidas e significativas nas práticas de RH. Com uma permanência média de 15 meses a menos em empregos, as empresas enfrentam desafios para reter esses profissionais, que buscam ambientes alinhados com seus valores e expectativas.
Rotatividade alta e engajamento em queda
A rotatividade no mercado de trabalho brasileiro atingiu níveis alarmantes, com um índice de 56%, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e da consultoria Robert Half.
Atualmente, os trabalhadores permanecem, em média, dois anos em seus empregos, mas entre os jovens de 18 a 24 anos, essa média cai drasticamente para apenas nove meses.
Essa alta volatilidade tem impactado diretamente a produtividade e a estabilidade das organizações, exigindo uma reformulação nas estratégias de retenção de talentos.
Os setores mais afetados pelo turnover incluem tecnologia e software, com uma taxa de 3,8%, seguido por varejo e atacado, com 3,4%. O agronegócio também sofre com a saída constante de profissionais, registrando 1,6%, enquanto a indústria apresenta um índice de 0,9%.
Essas taxas demonstram um desafio crescente para as empresas que precisam equilibrar custos com contratações e treinamentos constantes.
A insatisfação dos trabalhadores também reflete no comportamento do mercado. Atualmente, 51% dos profissionais empregados estão em busca de novas oportunidades ou, pelo menos, atentos ao que acontece no setor.
O fenômeno do “quiet quitting”, no qual os colaboradores cumprem apenas o mínimo exigido sem engajamento adicional, já é uma realidade para 59% dos trabalhadores, tornando o ambiente corporativo ainda mais instável.
Diante desse cenário, especialistas apontam que fatores como falta de reconhecimento, pouca flexibilidade no trabalho e ausência de planos claros de crescimento contribuem para a crise de retenção.
Impacto das novas prioridades no ambiente de trabalho
As novas prioridades no ambiente de trabalho refletem uma mudança significativa nas expectativas dos colaboradores, especialmente entre as novas gerações.
Até 2022, fatores como reconhecimento e justiça na remuneração eram os principais impulsionadores do engajamento. No entanto, entre 2023 e 2024, houve uma mudança drástica.
Atualmente, a justiça e transparência nas promoções e salários são sete vezes mais valorizadas. Além disso, oportunidades internas e crescimento, respeito à diversidade e condições de trabalho e bem-estar tornaram-se fundamentais.
Ambientes de trabalho que promovem diversidade, respeito e bem-estar são mais propensos a reter colaboradores por períodos mais longos. A reputação e atratividade da empresa também ganharam destaque, com um aumento de 5,45 vezes em importância.
Essa mudança de prioridades exige que as empresas reavaliem suas estratégias de retenção e engajamento.
Investir em uma cultura organizacional moderna, que valorize a diversidade e ofereça oportunidades de crescimento, é crucial para o sucesso a longo prazo.