A FDA proibiu o uso do Corante Vermelho nº 3 em alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, citando estudos que associam o aditivo ao câncer em ratos. No Brasil, a eritrosina segue autorizada pela Anvisa, que estuda a decisão estadunidense e mantém o monitoramento de evidências científicas.
Após décadas de uso como aditivo alimentar, o Corante Vermelho nº 3, conhecido como Eritrosina, foi oficialmente proibido pela Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos.
A proibição do uso do Corante Vermelho n° 3
A proibição do uso do Corante Vermelho n° 3, anunciada neste mês, responde a preocupações crescentes sobre os riscos associados ao corante, incluindo a possibilidade de causar câncer em ratos.
A proibição nos EUA abrange alimentos e medicamentos e será implementada gradualmente, com prazo final em 2027 para alimentos e 2028 para medicamentos.
Essa decisão reflete uma mudança significativa nas regulamentações relacionadas a aditivos sintéticos, aproximando o país de medidas já adotadas por outras nações, como a União Europeia, Austrália e Nova Zelândia.
A eritrosina, um corante sintético utilizado para conferir uma tonalidade vibrante de vermelho a doces, bebidas, medicamentos e outros produtos, tem sido alvo de debates há décadas.
Estudos realizados desde os anos 1980 apontaram uma associação entre a exposição ao corante e o desenvolvimento de câncer de tireoide em ratos machos, levando à sua proibição em cosméticos nos EUA em 1990. Contudo, seu uso em alimentos e medicamentos permaneceu permitido, até a recente decisão da FDA.
A situação no Brasil
No Brasil, a eritrosina continua sendo permitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A substância é amplamente utilizada em alimentos como balas, gelatinas e granulados, que dependem do corante para sua aparência atrativa.
Apesar da decisão da FDA, a Anvisa informou que avalia constantemente estudos científicos e acompanhará as referências apresentadas pelos Estados Unidos para reavaliar o uso do aditivo no país, caso necessário.
Segundo a agência, estudos demonstraram que o risco de câncer relacionado ao uso do corante em ratos ocorre devido a um mecanismo hormonal específico desses animais.
Avaliações realizadas por comitês da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em 2018 concluíram que a exposição dietética ao corante não representa preocupação significativa para a saúde humana.