Gargalos Logísticos na Exportação de Soja em Porto Velho
Os gargalos logísticos na exportação de soja em Porto Velho são causados por uma infraestrutura inadequada e uma supersafra, resultando em um aumento de até 15% no frete. Para melhorar a eficiência logística e a competitividade da soja brasileira, são sugeridos investimentos em terminais hidroviários, melhorias nas estradas de acesso e dragagem do rio Madeira.
A logística da soja em Porto Velho enfrenta desafios críticos, com filas de até 1.200 caminhões diários, aponta o Transporte Moderno. Essa situação eleva o custo do frete em até 15%, segundo especialistas. A falta de capacidade dos terminais hidroviários e a infraestrutura inadequada são fatores-chave que contribuem para esses gargalos.
Impactos econômicos
As extensas filas de caminhões em Porto Velho têm gerado prejuízos econômicos consideráveis. Caminhoneiros chegam a esperar até seis dias para descarregar, o que compromete a eficiência do transporte e aumenta os custos operacionais.
Durante esse tempo parado, os veículos deixam de fazer novas entregas, o que reduz o faturamento dos transportadores e encarece toda a cadeia logística. Essa lentidão afeta diretamente a competitividade da soja brasileira no cenário internacional.
Enquanto países como Estados Unidos e Argentina contam com sistemas de escoamento mais eficientes, o Brasil enfrenta gargalos que elevam os custos e reduzem a atratividade do produto.
Segundo Olivier Girard, CEO da Macroinfra, o acúmulo de cargas e os atrasos nos terminais encarecem o frete em até 15%, afetando o preço da soja no mercado global.
Causas das filas de caminhões
O congestionamento de caminhões em Porto Velho tem origem em uma série de fatores interconectados. Um dos principais é a colheita recorde de soja, que precisa ser escoada rapidamente para dar lugar ao cultivo do milho, gerando um fluxo intenso de veículos rumo aos portos.
Esse volume elevado de carga pressiona uma infraestrutura já limitada, especialmente nos terminais hidroviários, muitos dos quais operam com estruturas antigas e com baixa capacidade de processamento, o que resulta em lentidão no carregamento das barcaças.
A navegabilidade do rio Madeira também agrava a situação. Quando o nível das águas está alto e a correnteza forte, o tempo de subida dos comboios pode aumentar em até três dias, comprometendo o cronograma logístico e provocando atrasos em cadeia.
Somam-se a isso as condições precárias das vias terrestres que dão acesso aos portos. Estradas não pavimentadas, como a que liga Cujubim à região portuária, se tornam praticamente intransitáveis durante o período de chuvas, ampliando os gargalos logísticos e dificultando ainda mais o escoamento da produção.
Fonte: Transporte Moderno.