As laranjas do Egito se tornaram opções atrativas, com um aumento de 113% nas vendas em 2024, aproveitando acordos comerciais para oferecer frutas com preço competitivo.
As laranjas do Egito estão ganhando espaço no mercado brasileiro, especialmente após um aumento de 113% nas vendas em 2024. Este crescimento reflete a substituição de fornecedores tradicionais, como a Espanha, devido a preços mais competitivos e qualidade semelhante. Com a produção nacional enfrentando desafios, as importações se tornam cada vez mais necessárias para atender à demanda interna.
Aumento das Importações de Laranja
Nos últimos anos, o Brasil tem registrado um aumento significativo nas importações de laranja, principalmente devido à queda na produção doméstica.
Em 2024, as importações quase dobraram, passando de 26.900 toneladas em 2023 para 51.200 toneladas. Este crescimento de 90,3% é atribuído à necessidade de suprir a demanda interna, que não está sendo atendida pela produção local.
O Egito emergiu como o principal fornecedor de laranjas para o Brasil, com um aumento de 113% nas vendas, totalizando USD 16,1 milhões em 2024.
Este cenário é impulsionado por fatores como a redução de tarifas devido a acordos comerciais e a melhoria na qualidade dos produtos egípcios, que agora competem diretamente com os de origem espanhola.
Além disso, a demanda internacional por laranjas brasileiras aumentou, especialmente para suco concentrado, o que impacta a disponibilidade de frutas para consumo interno.
Desafios na Produção Nacional
A produção nacional de laranjas enfrenta desafios significativos, impactando diretamente a oferta interna. Um dos principais problemas é a disseminação do greening, uma doença bacteriana que afeta principalmente as plantações no estado de São Paulo.
Essa condição causa danos como secagem de galhos e queda de frutos, comprometendo a saúde das plantas e, consequentemente, a produção.
Além do greening, fatores climáticos, especialmente o calor extremo, têm prejudicado a produção. As altas temperaturas afetam o pegamento dos frutos, reduzindo a quantidade produzida. Enquanto o greening compromete a saúde das plantas, o calor impacta diretamente a produtividade.
Esses desafios resultaram em uma queda na produção de laranjas, com a safra de 2024/2025 estimada em 228 milhões de caixas, comparada a 307 milhões na temporada anterior. A redução na oferta interna aumenta a dependência de importações para atender à demanda do mercado brasileiro.
Oportunidades para Importadores
O cenário desafiador da produção nacional de laranjas abriu novas oportunidades para importadores, especialmente aqueles que buscam alternativas competitivas no mercado global.
Com a redução na produção interna, importadores têm aproveitado para trazer laranjas de regiões que oferecem produtos de qualidade a preços mais acessíveis.
O Egito se destacou como um parceiro estratégico, beneficiando-se de acordos comerciais que eliminaram tarifas de importação, ao contrário dos países europeus.
Isso permitiu que as laranjas egípcias competissem no mercado brasileiro, oferecendo a mesma qualidade que as espanholas, mas a um custo menor.
A logística e a qualidade dos produtos são fatores críticos para o sucesso, exigindo transporte adequado e controle rigoroso de características como cor, tamanho e níveis de acidez e doçura.