O Brasil tem potencial para capturar 13% do mercado de cacau até 2030, o que poderia gerar até US$ 2,3 bilhões. Apesar dos desafios como acesso limitado ao crédito e baixa produtividade, há oportunidades com a integração em projetos de restauração florestal e a expansão da indústria de processamento.
O mercado de cacau no Brasil está prestes a experimentar uma transformação significativa. Com potencial para gerar até US$ 2,3 bilhões até 2030, o país pode capturar 13% do mercado global. Essa perspectiva é impulsionada por um estudo do Instituto Aya, que destaca a capacidade do Brasil de integrar todas as etapas da cadeia de suprimentos do cacau.
Potencial Econômico do Cacau no Brasil
O potencial econômico do cacau no Brasil é vasto e promissor. Historicamente, o país já foi líder mundial na produção de cacau, e agora, com um mercado consumidor interno robusto e uma base industrial consolidada, o Brasil está bem posicionado para expandir sua presença global.
De acordo com o estudo do Instituto Aya, o Brasil tem a capacidade de gerar até US$ 2,3 bilhões em receitas relacionadas ao cacau até o final da década, ocupando 13% do mercado mundial.
As projeções ainda indicam que, mesmo com um crescimento moderado, o país pode conquistar 9% do mercado global, resultando em um impacto financeiro de US$ 1,5 bilhão até 2030.
Além disso, a integração da cadeia de suprimentos é um diferencial competitivo. O Brasil não só produz cacau, mas também possui capacidade para processar e fabricar produtos finais, como chocolates, o que aumenta o valor agregado do setor.
Com investimentos estratégicos e políticas públicas de apoio, o setor cacaueiro brasileiro pode se tornar um motor de crescimento econômico e geração de empregos, com potencial para criar até 300 mil vagas no setor.
Desafios e Oportunidades para a Indústria Cacaueira
A indústria cacaueira no Brasil enfrenta uma série de desafios, mas também possui inúmeras oportunidades para crescimento e desenvolvimento.
Um dos principais obstáculos é o acesso limitado ao crédito. Dados do Banco Central apontam que apenas 0,05% do crédito agrícola no Brasil é destinado ao cacau, o que dificulta investimentos em tecnologia e expansão.
Além disso, a produtividade ainda é um ponto de atenção, com níveis baixos devido a práticas agrícolas tradicionais e a ameaças como a vassoura-de-bruxa, uma doença que afeta plantações de cacau.
Para superar esses desafios, é essencial investir em assistência técnica rural, pesquisa e desenvolvimento, além de inovações biotecnológicas para combater pragas.
Por outro lado, as oportunidades são vastas. O Brasil pode integrar o cacau em projetos de restauração florestal, especialmente em áreas de preservação permanente e reservas legais.
A agrofloresta é uma prática em que o país tem expertise, promovendo a sustentabilidade e a diversificação da produção.
Investimentos na indústria de processamento também são cruciais. O Brasil já abriga grandes processadores de cacau e pode expandir ainda mais esse setor com investimentos direcionados.
A criação de linhas de crédito favoráveis e contratos futuros com produtores pode estabilizar os preços e melhorar o acesso ao financiamento, impulsionando o setor como um todo.