Como fabricantes podem atender padrões de desempenho de edifícios

Fabricantes devem identificar requisitos locais, adotar soluções de baixo custo e planejar investimentos futuros para atender aos padrões de desempenho e reduzir as emissões de poluentes.

Governos nos EUA adotam padrões de desempenho de edifícios para reduzir emissões de carbono e atingir metas climáticas. Esses padrões exigem que instalações cumpram metas energéticas específicas, visando a descarbonização do setor de construção.

Identificar requisitos dos padrões de desempenho

Para atender aos padrões de desempenho de edifícios, é essencial que os fabricantes identifiquem se o governo local já implementou tais políticas. Isso pode ser feito por meio do Escritório de Eficiência Energética e Energias Renováveis dos EUA ou da lista de participantes da Coalizão Nacional de Padrões de Desempenho de Edifícios.

Com o cenário em constante mudança, pesquisar os padrões nos sites dos departamentos de energia, meio ambiente ou comércio de uma cidade ou estado pode fornecer as informações mais atuais. Por exemplo, o Departamento de Comércio do Estado de Washington descreve prazos específicos para a aplicação dos padrões em sua página dedicada ao Padrão de Desempenho de Edifícios Limpos.

Como parte dos “Requisitos de Conformidade de Nível 1” do estado, que devem ser atendidos até junho de 2026, as empresas devem, por exemplo: medir e monitorar o uso de energia em um edifício ao longo do tempo; implementar um programa de operações e manutenção de acordo com o padrão; e criar um plano de gerenciamento de energia, entre outras exigências.

Embora os prazos para atender aos requisitos possam estar se aproximando para muitas cidades, os fabricantes que estudarem suas políticas podem descobrir que o nível de exigência é bastante acessível. Segundo Brett Bridgeland, Diretor Sênior de Sustentabilidade da CBRE, a redução de energia e emissões é frequentemente escalonada, permitindo que algumas instalações já cumpram ou alcancem conformidade inicial com estratégias de eficiência energética de baixo custo, como melhorias em iluminação ou controles.

Soluções de baixo custo e esforço

Algumas das mudanças mais eficazes que os fabricantes podem implementar em suas fábricas ou edifícios de escritórios também são as mais simples. Kate Henningsen, CEO da startup de sustentabilidade Infogrid, destaca ajustes como o uso de lâmpadas LED como uma solução acessível e eficiente.

“É surpreendente o quanto a iluminação pode fazer por um edifício. Garantir que as luzes estejam programadas para ligar e desligar é geralmente um dos investimentos de capital mais baratos que resulta em grande economia de energia”, afirma Henningsen.

Outra recomendação é ajustar a temperatura interna de acordo com a estação e o horário do dia. “Há muitos edifícios sofisticados que mantêm a temperatura constante durante todo o ano. Não é necessário ter a temperatura ajustada para 72 graus em todos os andares e espaços”, explica Henningsen, enfatizando que essa mudança pode gerar economias significativas de energia.

Além disso, Henningsen sugere que os gestores substituam sistemas de HVAC antigos, que são ineficientes e podem representar até 60% dos gastos energéticos. Atualizar esses sistemas pode reduzir consideravelmente o consumo de energia e os custos associados.

Investindo no futuro

Além das medidas simples e de baixo esforço, investir na eletrificação de aquecimento e água quente pode ajudar as empresas a cumprir os padrões locais, embora exija um investimento inicial maior. Brett Bridgeland, Diretor Sênior de Sustentabilidade da CBRE, aconselha que essas mudanças sejam consideradas como parte de um plano de sustentabilidade abrangente, em vez de uma substituição reativa e emergencial.

No que diz respeito ao aquecimento descarbonizado, Bridgeland destaca que a recuperação de calor é uma opção viável para muitas instalações. “Fabricantes líderes estão capturando e reutilizando calor desperdiçado de água de condensação, exaustão ou cargas de processo”, explica. “O calor de baixa qualidade pode ser elevado a temperaturas mais altas usando bombas de calor avançadas que estão entrando no mercado dos EUA.”

Esse tipo de troca mutuamente benéfica pode ser observado na instalação da Novonesis em Kalundborg, Dinamarca, onde fluxos de resíduos são compartilhados entre empresas. “A maioria dos resíduos sólidos gerados na instalação é transferida para outra empresa que os usa como insumo em um processo de digestão para produzir biogás, que é então inserido na rede elétrica”, diz Mike Newcomb, Diretor Sênior de Operações da Novonesis. “Nossa instalação faz parte de uma simbiose de empresas que compartilham fluxos de resíduos, resultando em mais captura de valor para todos e menos emissões gerais.”

Mais razões para a mudança

Além de ajudar os fabricantes a evitar penalidades, há outras razões para que os edifícios busquem a descarbonização, como as restrições no fornecimento de energia. Kate Henningsen, CEO da Infogrid, alerta para um futuro onde a demanda por energia pode superar a oferta disponível na rede.

“Muito em breve, haverá um descompasso entre quantas pessoas precisam de energia e quanta energia há disponível na rede”, afirma Henningsen. “Tornar-se mais sofisticado em relação ao uso de energia, ter geração no local, armazenamento para garantir o fornecimento contínuo à planta, reduzir custos e demanda energética — tudo isso torna um fabricante mais resiliente.”

Henningsen enfatiza que a geração de energia no local, como a solar, pode ser uma oportunidade de economia para os fabricantes. “Os fabricantes têm a escala de edifícios necessária para instalar grandes painéis solares em seus telhados, o que pode cobrir mais energia”, explica. “Enquanto um edifício de escritórios sofisticado em Nova York pode não querer instalar uma grande planta solar, os fabricantes podem estar totalmente abertos a essa ideia.”

Exit mobile version