Saúde, Segurança e Meio Ambiente

Adesivo cardíaco pode reparar corações danificados

Adesivos cardíacos inovadores, desenvolvidos a partir de células-tronco, demonstraram eficácia em fortalecer o músculo cardíaco e melhorar a função cardíaca em testes realizados com animais e humanos.

Cientistas desenvolveram um adesivo cardíaco inovador que pode reparar corações danificados. Este avanço pode revolucionar o tratamento de insuficiência cardíaca, uma doença que afeta milhões de pessoas globalmente. O adesivo, feito de células-tronco reprogramadas, oferece uma alternativa promissora aos métodos tradicionais.

Desenvolvimento e Funcionamento dos Adesivos Cardíacos

O desenvolvimento dos adesivos cardíacos representa um avanço significativo na medicina regenerativa. Utilizando células retiradas do sangue, os cientistas reprogramam essas células para que se comportem como células-tronco. Essas células-tronco são então transformadas em células do músculo cardíaco e do tecido conjuntivo, essenciais para a regeneração do coração.

Essas células são incorporadas em um gel de colágeno, que é moldado em forma de adesivo. Cada adesivo é cultivado em um molde sob medida e, posteriormente, fixado a uma membrana que pode ser aplicada diretamente no coração. A membrana, geralmente com 5 cm por 10 cm, é projetada para cobrir áreas danificadas do músculo cardíaco.

Os adesivos oferecem uma solução inovadora, pois permitem a administração de um número significativamente maior de células do músculo cardíaco, com maior retenção e sem os riscos associados à injeção direta de células. Este método reduz a possibilidade de efeitos colaterais graves, como o crescimento de tumores ou batimentos cardíacos irregulares, que podem ocorrer com outras abordagens.

Resultados Promissores em Testes com Animais e Humanos

Os resultados dos testes com os adesivos cardíacos têm sido promissores tanto em animais quanto em humanos. Em estudos realizados com macacos rhesus saudáveis, os adesivos não causaram batimentos cardíacos irregulares, formação de tumores ou problemas de saúde relacionados. Além disso, foi observado um espessamento da parede do coração, indicando um fortalecimento do músculo cardíaco.

Em macacos com uma condição semelhante à insuficiência cardíaca crônica, os adesivos mostraram sinais de melhora na função cardíaca, como uma maior capacidade de contração. Esses resultados sugerem que os adesivos têm o potencial de reverter danos cardíacos e melhorar a saúde do coração.

Os testes em humanos também revelaram resultados encorajadores. Em um caso, uma mulher de 46 anos com insuficiência cardíaca avançada recebeu os adesivos, que foram suturados ao coração com cirurgia minimamente invasiva. Após três meses, a paciente foi submetida a um transplante de coração, e o exame do coração removido demonstrou que os adesivos sobreviveram e desenvolveram um suprimento de sangue próprio.

Embora o uso de células de doadores exija supressão imunológica, essa abordagem permite que os adesivos estejam “prontos para uso” e facilita testes de segurança mais eficazes. Até o momento, 15 pacientes já foram tratados com esses adesivos, e os pesquisadores esperam que os ensaios clínicos em andamento confirmem os benefícios observados até agora.

Renata Figueiredo Maciel

Colunista no segmento Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) | Renata Figueiredo Maciel é jornalista ambiental e bióloga, especialista em sustentabilidade, conservação e impactos industriais, traduzindo dados científicos em análises acessíveis sobre meio ambiente e políticas públicas.

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