O aplicativo da USP utiliza smartphones para revolucionar a reabilitação de hemiparesia pós-AVC, melhorando a postura e o controle corporal de forma acessível e inovadora.
Um inovador aplicativo desenvolvido na USP está transformando a reabilitação de hemiparesia, uma das sequelas do acidente vascular cerebral (AVC). Utilizando tecnologia vestível acessível, o aplicativo melhora a postura e o controle corporal dos pacientes.
Desenvolvimento e inovação na USP
O desenvolvimento do aplicativo inovador na USP foi liderado por Olibário José Machado Neto, durante seu doutorado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, com financiamento da FAPESP.
A iniciativa surgiu da necessidade observada pela pesquisadora Amanda Polin Pereira, que identificou a carência de soluções eficazes para a reabilitação de hemiparesia.
De acordo com o artigo publicado na revista JMIR Aging, o projeto foi um exemplo de codesign, unindo áreas distintas de conhecimento para criar uma ferramenta que realmente atendesse às necessidades dos pacientes.
Maria da Graça Campos Pimentel, professora e orientadora de Machado Neto, destacou que essa abordagem colaborativa trouxe agilidade e embasamento ao desenvolvimento do aplicativo, resultando em uma solução única e sem precedentes na clínica.
Os testes foram realizados em um centro de reabilitação, onde terapeutas e pacientes foram consultados para garantir que o aplicativo atendesse às suas necessidades reais.
Essa interação direta com os usuários finais permitiu ajustes e melhorias no software, assegurando que ele fosse não apenas eficaz, mas também bem aceito pelos pacientes.
Tecnologia acessível e eficaz para pacientes
A tecnologia acessível desenvolvida pela equipe da USP utiliza smartphones de baixo custo e acelerômetros integrados para monitorar a postura dos pacientes.
Ao invés de criar roupas especiais, os desenvolvedores optaram por costurar bolsos em tops ou regatas, permitindo que o dispositivo fosse fixado de forma prática e segura no tronco dos usuários.
O aplicativo aproveita os recursos visuais, táteis e auditivos dos smartphones para fornecer feedback constante aos pacientes, orientando-os em tempo real durante as sessões de reabilitação.
Essa abordagem não apenas melhora a postura, mas também facilita a execução de tarefas cotidianas, como caminhar e subir escadas.
Além de auxiliar na reabilitação, o aplicativo gera uma infinidade de dados que podem ser usados para aprofundar o entendimento da hemiparesia.
Estudos estão em andamento para avaliar o uso prolongado do aplicativo em casa, ampliando ainda mais seus benefícios para os pacientes.