Fusões em Energia Solar foram determinantes para o crescimento de 76% do setor no Brasil em 2024, atraindo investidores e fortalecendo o impacto da medida provisória 1.212.
As fusões e aquisições no setor de energia solar do Brasil cresceram 76% em 2024, com destaque para grandes usinas e geração fotovoltaica de pequeno porte, segundo pesquisa da Greener.
Crescimento das transações em energia solar
O setor de energia solar no Brasil registrou um crescimento significativo nas transações de fusões e aquisições em 2024. De acordo com a consultoria Greener, houve um aumento de 76% no número de operações, totalizando 51 transações. Esse crescimento foi impulsionado tanto pelo mercado de grandes usinas quanto pela geração fotovoltaica de pequeno porte.
Em 2024, foram mapeadas 35 operações envolvendo usinas de energia solar, somando 3,6 gigawatts-pico (GWp) de potência. Esse número representa quase o triplo das 12 transações registradas no ano anterior. O segmento de geração centralizada, que inclui grandes empreendimentos, viu um aumento de quatro vezes no número de negócios em relação a 2023.
Além disso, a geração distribuída, que abrange pequenos sistemas como telhados e fachadas solares, experimentou um crescimento notável. As operações nesse segmento dobraram, totalizando 14 transações no ano passado. Essa expansão reflete o interesse crescente de investidores em diversificar suas fontes de energia e garantir um consumo mais sustentável.
Impacto da medida provisória no setor
A edição da medida provisória (MP) 1.212 pelo governo federal teve um impacto significativo no setor de energia solar em 2024. Esta MP estendeu o prazo para que empreendimentos renováveis entrem em operação, garantindo subsídios tarifários, o que incentivou as transações de compra e venda de grandes usinas.
O consultor de negócios da Greener, Moisés Alves, destacou que a MP estimulou especialmente as transações de projetos solares “greenfield”, que ainda não saíram do papel. Com o preço da energia no mercado livre ainda baixo, muitos investidores optaram por segurar esses projetos, aguardando um aumento nos preços para então realizar investimentos significativos e iniciar a construção e operação.
Além disso, as condições favoráveis para a autoprodução de energia, uma modalidade comercial popular entre grandes indústrias eletrointensivas, também impulsionaram os negócios de grandes usinas solares. Este cenário criou um ambiente propício para a consolidação do mercado, com grandes players adquirindo portfólios menores.
Destaques entre investidores e empresas
No cenário de fusões e aquisições no setor de energia solar em 2024, grandes investidores se destacaram ao liderar a maioria das transações.
Na geração distribuída, empresas como a Brasol, com investimentos da BlackRock e Siemens, a IVI Energia, da Brookfield, e a Élis Energia, do Patria Investimentos, foram protagonistas nas movimentações do mercado.
Já na geração centralizada, que envolve grandes usinas, destacaram-se operações significativas realizadas por empresas como Atlas Renewable Energy, Casa dos Ventos e Pan American Energy.
Essas empresas desempenharam um papel crucial na consolidação do mercado, adquirindo portfólios menores e promovendo a integração de ativos.
O interesse desses investidores reflete a busca por fontes de energia mais limpas e sustentáveis, alinhando-se às tendências globais de transição energética.
Esse movimento de consolidação é visto como um passo importante para fortalecer o setor e garantir a expansão contínua da energia solar no Brasil.