Inação Climática Pode Custar 1/3 do PIB Global Este Século
Um relatório da BCG e da Universidade de Cambridge alerta que a inação climática pode levar a perdas de até 34% no PIB global, enquanto investir de 1 a 2% do PIB em ações sustentáveis seria suficiente para evitar esse cenário e proteger a economia mundial.
O relatório da BCG e da Universidade de Cambridge destaca que o aquecimento global de 3 graus Celsius pode reduzir o PIB global em até 34% neste século. A ação climática é essencial para evitar perdas econômicas significativas.
Impacto Econômico da Inação Climática
A ausência de ações efetivas contra as mudanças climáticas pode gerar consequências econômicas devastadoras.
De acordo com um estudo da BCG em parceria com a Universidade de Cambridge, um aumento de 3 °C na temperatura global ao longo deste século pode provocar uma retração de até 34% no PIB mundial. Essa queda representaria prejuízos trilionários que impactariam uma ampla gama de setores produtivos.
Os efeitos financeiros vão além dos eventos extremos, como tempestades, incêndios florestais e enchentes.
O maior peso das perdas recai sobre a queda da produtividade, a ruptura nas cadeias de abastecimento e o enfraquecimento de indústrias inteiras, incluindo o turismo e a pesca, que são altamente vulneráveis às mudanças no clima.
Entre os anos de 2000 e 2023, os Estados Unidos enfrentaram perdas diretas estimadas em US$ 700 bilhões decorrentes de desastres naturais.
No entanto, o impacto econômico indireto, como a redução da eficiência produtiva, chegou a US$ 4 trilhões — um valor quase seis vezes superior.
Investimentos Necessários para Mitigação e Adaptação
A aplicação de recursos em estratégias de mitigação e adaptação climática é essencial para evitar prejuízos econômicos massivos nas próximas décadas.
O relatório da BCG e da Universidade de Cambridge sugere que
direcionar de 1% a 2% do PIB global para ações climáticas pode conter o aquecimento global em até 2 °C — o que resultaria em uma redução de até 90% dos impactos econômicos negativos.
Para atingir esse objetivo, o volume de recursos destinados à mitigação — como o corte nas emissões de gases de efeito estufa — precisa ser multiplicado por nove.
Já os investimentos voltados à adaptação, que visam fortalecer a resiliência de infraestruturas e ecossistemas diante de eventos climáticos extremos, precisam ser ampliados em treze vezes.
Esse aumento expressivo nos aportes não apenas ajuda a evitar perdas futuras, mas também representa uma oportunidade de retorno econômico relevante, consolidando um caminho sustentável para o crescimento global.