Tratado dos plásticos adiado e Coca-Cola recua na reciclagem

O tratado global sobre plásticos foi adiado para 2025 devido ao veto de países petroleiros às restrições, enquanto a Coca-Cola revisou suas metas de reciclagem, enfrentando críticas por greenwashing. A reciclagem global enfrenta desafios, com taxas estagnadas e complexidades no processo.

O aguardado tratado global dos plásticos foi adiado para 2025 após falta de consenso entre 170 países. Enquanto isso, a Coca-Cola recuou em suas metas de reciclagem, gerando preocupações sobre a poluição plástica.

Países petroleiros vetam restrições

Durante a reunião em Busan, Coreia do Sul, países petroleiros como Rússia, Arábia Saudita e Irã se opuseram às restrições na produção de plásticos.

Esses países, juntamente com grandes produtores de resíduos como China e Estados Unidos, argumentaram que a solução para a poluição plástica deve focar na reciclagem e gestão de resíduos, em vez de reduzir a produção.

Essa postura contrasta com a proposta da Coalizão de Alta Ambição, que defende metas mensuráveis para a redução da produção de plásticos até 2040.

A falta de consenso adiou o tratado global dos plásticos para 2025, destacando a divisão entre países sobre como lidar com a crise ambiental causada pelo plástico.

Metas de reciclagem da Coca-Cola

A Coca-Cola, uma das maiores poluidoras de plástico do mundo, recuou em suas metas de reciclagem. Após as negociações na Coreia, a empresa removeu de seu site a meta de vender 25% de suas bebidas em embalagens reutilizáveis, estabelecida em 2022. Essa decisão foi criticada por ativistas, que acusaram a empresa de praticar greenwashing.

Em um comunicado recente, a Coca-Cola anunciou uma “evolução” de suas metas ambientais. A empresa afirmou estar próxima de atingir 100% de embalagens recicláveis, mas revisou suas metas de conteúdo reciclado de 50% até 2030 para 35% a 40% até 2035. A coleta também foi ajustada para 70% a 75% até 2035, sem compromissos mensuráveis com embalagens reutilizáveis.

Impactos ambientais e greenwashing

O adiamento do tratado dos plásticos e a revisão das metas da Coca-Cola trazem preocupações sobre os impactos ambientais. A empresa é frequentemente apontada como a maior poluidora de plástico do mundo, com suas garrafas sendo os itens mais comuns descartados em ambientes naturais. Essa situação agrava a poluição, afetando ecossistemas e entrando na cadeia alimentar.

O termo greenwashing é usado para descrever práticas de empresas que promovem uma imagem de sustentabilidade sem ações concretas. A recente decisão da Coca-Cola de reduzir suas metas de embalagens reutilizáveis é vista por muitos como um exemplo de greenwashing, gerando críticas de ativistas e especialistas em sustentabilidade.

Desafios da reciclagem de plásticos

A reciclagem de plásticos enfrenta inúmeros desafios, desde a coleta até a reutilização efetiva dos materiais. Embora garrafas PET sejam teoricamente recicláveis, muitos tipos de plástico, especialmente os coloridos ou com acabamentos especiais, não são reciclados devido à complexidade e custo do processo.

Além disso, a taxa global de reciclagem de plásticos permanece estagnada em cerca de 10%, evidenciando a ineficácia dos sistemas de coleta e logística reversa. A diversidade de tipos de plástico, com diferentes cores e composições, dificulta ainda mais a reciclagem eficiente, resultando em grande parte do material sendo descartado em aterros ou poluindo o ambiente.

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