Governo negocia aumento da cota de açúcar nos EUA

O governo brasileiro está em negociações com os EUA para aumentar a cota de açúcar, atualmente fixada em 146,6 mil toneladas, o que pode beneficiar usinas do Nordeste e melhorar as relações comerciais, em troca da redução de tarifas sobre o etanol.
O governo brasileiro está em negociações com os Estados Unidos para aumentar a cota de exportação de açúcar. Essa iniciativa busca beneficiar o setor sucroenergético, que enfrenta tarifas elevadas no mercado americano. A ampliação da cota pode servir como moeda de troca nas discussões sobre a redução de tarifas para o etanol americano.
Contexto das negociações Brasil-EUA
As negociações entre Brasil e Estados Unidos para aumentar a cota de exportação de açúcar brasileiro são parte de um esforço contínuo para melhorar as condições de comércio entre os dois países.
Historicamente, o açúcar brasileiro enfrenta altas tarifas no mercado estadunidense, o que limita o potencial de exportação e impacta diretamente o setor sucroenergético.
Atualmente, a cota preferencial para o açúcar brasileiro é de 146,6 mil toneladas, isentas de impostos, mas o governo busca ampliar essa quantidade para até 400 mil toneladas.
A proposta de aumento da cota está sendo discutida em conjunto com outras pautas comerciais, como a abertura de mercado para o etanol estadunidense no Brasil, que atualmente enfrenta uma tarifa de 18%.
Essas negociações fazem parte de uma estratégia mais ampla de comércio exterior, liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
A criação de um grupo de trabalho para tratar das relações comerciais entre os dois países foi proposta, visando uma abordagem mais coordenada e eficaz.
O sucesso dessas negociações poderia trazer benefícios significativos para o Nordeste brasileiro, onde estão localizadas as empresas responsáveis pelo preenchimento das cotas de exportação de açúcar.
No entanto, a resistência por parte do governo e do Congresso dos EUA é um desafio constante, dado o protecionismo em torno do açúcar produzido nos Estados Unidos.
Impacto econômico do aumento da cota
O aumento da cota de açúcar brasileiro para o mercado dos Estados Unidos pode ter um impacto econômico significativo, especialmente para as regiões produtoras do Nordeste.
Com a ampliação da cota, as usinas nordestinas, responsáveis por 10% da produção nacional, poderiam acessar um mercado onde os preços do açúcar são elevados, aumentando sua receita e competitividade.
Atualmente, o açúcar brasileiro enfrenta uma tarifa de cerca de 80% para volumes exportados acima da cota estabelecida.
A ampliação da cota isenta de impostos permitiria um aumento nas exportações sem as pesadas tarifas, potencialmente dobrando o volume atual de 146,6 mil toneladas para até 400 mil toneladas.
Além disso, a negociação para aumentar a cota pode servir como uma moeda de troca para a redução das tarifas sobre o etanol, o que poderia beneficiar o setor sucroenergético como um todo.
Essa troca poderia equilibrar as relações comerciais entre os dois países, oferecendo vantagens mútuas e fortalecendo os laços econômicos.
Para o Brasil, a ampliação da cota representa não apenas uma oportunidade de aumentar as exportações, mas também de diversificar os mercados e reduzir a dependência de outros destinos.