Legislação e Normas Industriais

Fiemg alerta para possíveis judicializações na reforma tributária

A Fiemg alerta que as judicializações na reforma tributária podem impactar setores estratégicos devido a limitações no direito de crédito e ao desvirtuamento do Imposto Seletivo, o que pode resultar em disputas judiciais.

A reforma tributária sancionada pelo presidente Lula gerou preocupações na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que prevê possíveis questionamentos judiciais. A Fiemg destacou limitações no direito de crédito e o desvirtuamento do Imposto Seletivo como pontos críticos.

Preocupações com o direito de crédito

O setor industrial mineiro, representado pela Fiemg, expressou preocupações significativas em relação à reforma tributária recentemente sancionada. Um dos principais pontos de discordância é a limitação do direito de crédito para bens utilizados na atividade produtiva. Esses bens incluem veículos, computadores e serviços de telecomunicações fornecidos aos funcionários, essenciais para o funcionamento das empresas.

A federação argumenta que essas restrições podem comprometer seriamente as operações empresariais, uma vez que gerariam uma cobrança de impostos a cada etapa do processo produtivo. Tal situação pode aumentar a carga tributária sobre as empresas, dificultando a competitividade e o fluxo de caixa, além de levar potencialmente a disputas judiciais para contestar essas limitações.

Para a Fiemg, a reforma tributária deveria permitir um uso mais amplo dos créditos fiscais, de modo a não impactar negativamente a eficiência e a sustentabilidade financeira das indústrias. A entidade também destaca que a exigência de uso de créditos em até cinco anos afronta princípios constitucionais, transferindo o ônus da fiscalização ao adquirente e complicando ainda mais a gestão financeira das empresas.

Impactos do Imposto Seletivo

A Fiemg manifestou preocupações sobre o desvirtuamento do Imposto Seletivo na reforma tributária, que, segundo a entidade, foi concebido para desestimular práticas prejudiciais, mas acabou assumindo um caráter arrecadatório no texto sancionado. Este desvio de propósito pode impactar negativamente setores estratégicos, como os de minério e veículos, que são cruciais para a economia de Minas Gerais e do Brasil.

Um ponto de crítica é a reinclusão das bebidas açucaradas no imposto seletivo, medida que, conforme a Fiemg, afetará pequenas indústrias regionais, comprometendo empregos e a competitividade do setor. A entidade argumenta que a carga tributária adicional pode inviabilizar a operação de empresas menores, que já enfrentam desafios significativos no mercado.

Além disso, a Fiemg alerta que a vinculação do crédito de IBS/CBS ao pagamento efetivo do tributo transfere o ônus da fiscalização ao adquirente, complicando o fluxo de caixa das empresas. A exigência de uso de créditos em até cinco anos também é vista como uma afronta aos princípios constitucionais, e a ampliação dos privilégios da Zona Franca de Manaus é considerada excessiva, criando uma concorrência desleal com empresas de outras regiões.

Alberto Almeida Santos

Colunista no segmento Legislação e Normas Industriais | Alberto de Almeida Santos é jornalista investigativo, advogado e engenheiro, especialista em Legislação Empresarial, Compliance e Regulação Industrial, traduzindo normas e regulamentações em análises estratégicas para o setor produtivo.

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